Setembro Amarelo: Cuidar da saúde mental é coisa de homem

28 de Setembro

Setembro Amarelo: Mão masculina segurando um laço amarelo Vamos falar sobre a importância dos cuidados com a saúde mental masculina.

O Setembro Amarelo é uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria junto com o Conselho Federal de Medicina que, desde 2014, busca conscientizar sobre a importância da vida e ajudar na prevenção ao suicídio.
Suicídio é um problema de saúde pública que impacta toda a sociedade e pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes e idades. Segundo estatísticas da OMS, no Brasil, 12,6% a cada 100 mil homens em comparação com 5,4% a cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio e nós, do Mano a Mano, te convidamos a refletir sobre isso.

 

O Suicídio

Suicídio é a fuga do estado mental, no qual a pessoa refere dores psicológicas as quais não consegue suportar e busca pela morte como mecanismo de interromper o sofrimento. Geralmente está atrelado a uma avaliação negativa de si mesmo.
O comportamento suicida encontra-se presente em situações de fracasso pessoal, laboral ou familiar, de reprovação social, solidão, falta de rede de apoio social, depressão e mau prognóstico de doenças crônicas.
Estudos têm relacionado os suicídios a uma questão de gênero, afirmando que homens e mulheres se suicidam quando não conseguem cumprir o seu papel social - o homem provedor e a mulher cuidadora, por exemplo.

 

Altas taxas de suicídio entre os homens


(Créditos da imagem: Shutterstock)

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) destaca que o suicídio é a terceira causa de óbitos do sexo masculino ocasionado por causas externas, ficando somente atrás dos homicídios e dos acidentes de transporte.
Ao cometer o ato, os homens preferem meios que evidenciem sua masculinidade, sendo as formas mais frequentes para a tentativa armas de fogo, enforcamento e  lugares elevados. 
O suicídio pode estar relacionado com uma gama de fatores que podem ser de origem sociológica, econômica, política, cultural e até biológica. Sendo que, na grande maioria dos casos, o indivíduo é acometido por algum transtorno mental.
Em pesquisa recente, quando questionados sobre o tratamento medicamentoso, pelo menos um em cada cinco homens alega que não tomaria antidepressivos mesmo com prescrição médica. Isso preocupa porque, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), os transtornos mentais estão por trás de 96,8% dos casos de morte por suicídio e a depressão lidera o ranking. 
O consumo de álcool e de outras drogas, que é inserido na vida de muitos meninos como um modo de interação social, também pode se tornar um gatilho para o comportamento suicida uma vez que os leva a pensar sobre suas relações sociais conturbadas e sua dificuldade de externalizar sentimentos.

 

Suicídio e Masculinidade


(Créditos da imagem: Shutterstock)

Segundo o professor Louis Appleby, há mais risco de suicídio entre os homens porque eles relutam em buscar ajuda, além de ser mais propensos a beber muito e a impulsos de autodestruição. Prova disso é que nas mulheres, as taxas são mais altas em planejamento e tentativas, enquanto no sexo masculino, é maior o suicídio consumado.
A socialização dos homens é baseada em homofobia e sexismo e a conformidade com esses padrões pode ser associada a homens que são treinados para não falar e possuem saúde mental fragilizada. 
A pressão social para que os “machos” sejam fortes, líderes e provedores construiu a ideia de que o silêncio é uma parte inerente do que os homens são e que demonstrar fragilidade são atributos que os identificam com um gênero ao qual eles não pertencem. 
É importante compreender que não existem diferenças mentais entre homens e mulheres, todos precisam de lugares seguros para se expressar e receber ajuda. Não é possível ter saúde mental no silêncio. 


Sinais de alerta

Depressão causa tristeza profunda e pessimismo, sentimentos que podem culminar em comportamentos suicidas. Segundo o Ministério da Saúde, os sinais mais frequentes são irritabilidade, ansiedade, angústia, desânimo, cansaço fácil, e diminuição ou incapacidade de sentir alegria.
Há também outros comportamentos que devem ser observados, como: aumento de sentimentos de medo e baixa autoestima, dificuldade de concentração, perda ou alta do apetite e do peso, raciocínio mais lento e episódios frequentes de esquecimento.

 

Prevenção

Preconceito e desinformação precisam ser combatidos para que haja um manejo adequado da depressão e do suicídio. Falar de forma responsável sobre o tema pode contribuir para a ruptura do estigma acerca do fenômeno.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10 mortes por suicídio podem ser evitadas e a prevenção é fundamental. O assunto ainda é considerado tabu, e é fundamental que em momentos difíceis as pessoas consigam pedir ajuda para familiares, amigos ou um médico.
Você pode buscar ajuda
Nas Unidades Básicas de Saúde;
Nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);
No Centro de Valorização da Vida (CVV) - Telefone 188



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