Ainda que o termo alexitimia pareça estranho, é provável que você se identifique (ou pelo menos conheça) alguns de seus sintomas. Isso porque ela costuma acometer muito mais os homens do que as mulheres. Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação Norte Americana de Psicologia, cerca de 80% dos homens sofrem desse transtorno.

Mas, afinal, o que é alexitimia e o que nós, homens, temos a ver com ela? É o que te explicamos a seguir. Confira!

O que é alexitimia?

Grosso modo, a alexitimia pode ser definida como uma condição psicológica que torna mais difícil demonstrar e descrever emoções. Veja, não estamos dizendo que as pessoas que sofrem com alexitimia têm dificuldade em sentir, mas sim em externalizar esses sentimentos.

Segundo especialistas, essa condição dificilmente já nasce com as pessoas, mas sim é adquirida durante o processo de desenvolvimento. Um indivíduo que cresce em um ambiente caloroso, afetivo e que incentiva o diálogo, por exemplo, dificilmente se tornará alexitímico.

Por outro lado, quando essas condições são menos favoráveis (e, no lugar de incentivados, os sentimentos passam a ser reprimidos ou negados), as chances de a alexitimia ser desenvolvida é maior.

Alexitimia e masculinidade

Se considerarmos que, até pouco tempo atrás, a ideia de masculinidade esteve relacionada à características como força,  poder e independência -- e que meninos que demonstravam fraqueza, vulnerabilidade e sensibilidade chegavam a ser ridicularizados por colegas (ou até mesmo por familiares!), fica fácil entender o porquê de a alexitimia se manifestar predominantemente em pessoas do gênero masculino.

A famosa frase "homem não chora" é um bom exemplo de como meninos são ensinados, desde muito cedo, a esconder suas emoções. E a verdade é que toda essa repressão pode trazer consequências sérias no futuro -- afinal, as emoções são, por essência, o que nos faz humanos.
Veja alguns exemplos de como a tentativa de reafirmar a sua masculinidade por meio da negação das emoções pode afetar a sua vida no longo prazo:

• Dificuldade para se relacionar (ou para manter um relacionamento duradouro);
• Maior propensão para desenvolver transtorno depressivo e/ou ansioso;
• Surtos de agressividade;
• Sentimento de solidão e incompreensão.

Alexitimia tem cura?

A alexitimia não é exatamente uma doença, mas sim uma disfunção afeto-cognitiva. Assim, a principal estratégia de tratamento é o psicoterápico.

Ainda que muitos pacientes tenham dificuldade até de perceber que precisam de ajuda nesse sentido (e, muitas vezes, cheguem até o consultório psicológico por outros motivos); o terapeuta é o melhor profissional para guiar um alexitímico nesse processo do "despertar emocional".

Assim, ao passo em que o processo terapêutico avança, o alexitímico consegue entender de onde vem a sua dificuldade para expressar emoções e tem a oportunidade de desconstruir falsos estereótipos relacionados à masculinidade. Mais do que isso: aprende, pouco a pouco, a identificar e externalizar seus sentimentos.

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